terça-feira, fevereiro 24, 2015

Escarola é uma boa opção para aumentar a renda de agricultores interessados em diversificar o plantio



Fonte de vitaminas A, C e D, do complexo B e minerais, a escarola também tem como vantagem ser uma hortaliça de baixo teor calórico (Foto: Arquivo IAC)

Conhecida tanto como escarola quanto chicória, dependendo da região onde é comercializada, a hortaliça folhosa, ainda pouco frequente nas mesas dos brasileiros, tem aqui um mercado em potencial para escoar a produção. Sem exigir muito do agricultor, o plantio de escarola (Cichorium endivia L.) apresenta-se como uma atividade lucrativa se bem explorados os canais de venda.
Seja em salada, cozida ou no preparo de outras receitas culinárias ou como ingrediente de recheio de pizza, a escarola é apreciada pelo sabor marcante das folhas de cor verde-intenso. Lisas (variedade endívia) ou crespas, para assegurar as vendas, sobretudo entre julho e outubro, quando os preços são menores, precisam se apresentar com um aspecto de frescas, firmes, brilhantes e sem áreas escuras.
Fonte de vitaminas A, C e D, do complexo B e minerais, em especial o potássio, a escarola também tem como vantagem ser uma hortaliça de baixo teor calórico. Por isso, sempre faz parte dos componentes da lista de dietas cuja finalidade é a diminuição de peso.
Por conter muita celulose, é recomendada para quem tem problemas intestinais, além de ser dotada de propriedades que limpam o fígado, estimulam o baço e reduzem problemas de visão em geral. Ainda fortalece os ossos, dentes e cabelos e ativa a função biliar, quando diminui a secreção.
Pertencente à família Asteracea, a mesma de alface, alcachofra e almeirão, a escarola é originária da Índia. Aqui tem produção o ano inteiro, destacadamente nas regiões Sul e Sudeste do país, e com os maiores volumes nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Bem conduzido, o plantio de escarola chega a registrar produtividade de 10 a 15 toneladas por hectare, enquanto o peso médio da hortaliça pode variar de 800 a 900 gramas. A escarola se desenvolve bem em canteiros de horta, adubados com esterco de curral ou de galinha, que precisam ser irrigados quando há escassez de chuva. Durante 15 dias, no entanto, evite molhar as folhas da escarola, para que o centro da planta não fique úmido.
Para o controle de pragas e doenças, como lagartas, pulgão e cigarrinha, é indicado o uso de defensivos agrícolas. Contudo, esse procedimento deve ser adotado somente sob orientação de um profissional ou técnico habilitado.
Mãos à obra
>>>Início As sementes para o plantio de escarola podem ser adquiridas em garden centers e em lojas de produtos agrícolas. Existem cultivares de folhas crespas (frisan, crespa de ruffe, crespa de rouen e green curled) e de folhas lisas (redonda verde de coração cheio, full heart, florida deep heart, malan, amazonas gigante, lisa batavia,full heart batavian, maral, mariana gigante e valdena). 
>>> Propagação É realizada por meio de sementes, sendo o sistema de produção o mesmo adotado para o plantio de alface. Distribua de 1 quilo a 1,4 quilo de sementes a cada hectare.
>>> Ambiente Temperatura amena a quente, principalmente na faixa de 15 ºC a 25 ºC, é a mais indicada para o desenvolvimento da escarola. No entanto, existem variedades selecionadas que têm bom cultivo nas regiões com diferentes condições climáticas que ocorrem aqui.
>>> Plantio Em solos bem drenados, férteis, ricos em matéria orgânica e com boa disponibilidade de água ao longo do ciclo da planta. Escolha o sistema de semeadura direta ou o de transplante, no qual a muda deve ser produzida em bandejas. De 30 a 35 dias após a germinação, pode ser feito o transplante para o local definitivo.
>>> Espaçamento De 30 x 30 x 40 centímetros em canteiros que podem ser de 1,2 x 0,30 metro e separados entre si por 50 centímetros. Faça o transplante a uma profundidade de 15 centímetros.
>>> Adubação Pelo menos dez dias antes do transplante, incorpore ao solo de 60 a 80 toneladas de esterco curtido de curral por hectare ou um quarto desse volume de esterco de galinha. De acordo com a análise de solo, misture ao adubo orgânico 40 quilos de N, 200 a 400 quilos de P2O5, 50 a 150 quilos de K2O e 1 quilo de B. Aplique ainda de 60 a 90 quilos de N por hectare em cobertura. No caso de semeadura direta, repita o processo aos 15, 30 e 45 dias após a emergência da planta. Se a opção for pelo transplante de mudas, reduza a frequência das aplicações para dez, 20 e 30 dias.
>>> Cuidados Irrigue o solo caso esteja em um período de pouca chuva. O controle de pragas e doenças, como cigarrinha, lagarta-minadora, pulgão e lagarta-da-folha, deve ser realizado com a pulverização de defensivos agrícolas. No entanto, use produtos químicos apenas sob orientação técnica de algum profissional do ramo. É comum a prática do branqueamento (estiolamento): amarre em tufo as folhas bem formadas, protegendo-as do sol.
>>> Produção Colha a folha inteira após 80 a 100 dias da semeadura. A cada hectare são obtidas de 10 a 15 toneladas da hortaliça. O peso médio da escarola por unidade varia de 800 a 900 gramas.
Raio-x
Solo: bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica
Clima: há variedades para as diferentes condições climáticas do país
Área mínima: canteiro de horta
Colheita: de 60 a 70 dias após a semeadura
Custo: R$ 1,30 é o preço da embalagem com 50 sementes e R$ 13,10 a lata de 50 gramas
*Caroline Pinheiro Reyes é analista da área de transferência de tecnologia da Embrapa Hortaliças, Rodovia Brasília-Anápolis, BR-060, Km 09, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, Brasília (DF), tel. (61) 3385-9025, cnph.sac@embrapa.br

POR JOÃO MATHIAS | CONSULTORA CAROLINE PINHEIRO REYES* - REVISTA GLOBO RURAL

quarta-feira, fevereiro 18, 2015

CIA DA TERRA E CASA DA LAVOURA (Moraes e Bagaiolo)



Através de uma visão de mercado , identificação de sinergia e objetivos estratégicos , após muitas reuniões e estudos, temos o prazer de anunciar que no dia 10/02/2015 (terça-feira) , foi assinado entre as Empresas Cia da Terra e Casa da Lavoura (Moraes e Bagaiolo) o memorando de entendimentos e intenções para uma fusão de suas estruturas , tornando-se um dos maiores grupos de distribuição de insumos agrícolas do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba . 

Os trabalhos foram iniciados e por enquanto as empresas continuam trabalhando em seus formatos originais de área de atuação , portfólio e processos.
Em breve serão comunicados maiores detalhes deste importante acontecimento para as empresas, colaboradores e setor.
Na data de 13/02 (sexta/feira) as equipes foram comunicadas simultaneamente através de vídeo-conferência, com os colaboradores reunidos em São Joaquim da Barra e em Uberlândia , sedes das atuais estruturas.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

COMO PLANTAR COUVE-FLOR

De alto valor nutricional e adaptada a diferentes climas, cresce em hortas caseiras sem necessidade de muitos gastos

POR JOÃO MATHIAS | CONSULTOR FRANCISCO VILELA RESENDE* - REVISTA GLOBO RURAL

Apesar do nome, nem todo mundo sabe que está comendo botões florais quando a couve-flor faz parte da refeição. Pois são eles, ainda não desenvolvidos, que formam a cabeça de aspecto delicado e tenro da hortaliça. A natureza segue seu curso, no entanto, se a couve-flor passar do ponto de colheita, permite que a inflorescência imatura sobre o caule curto comece a desabrochar.

Branca ou creme, a couve-flor de fato é um alimento de alto valor nutricional. Rica em cálcio, fósforo, ácido fólico e vitamina C, a hortaliça é macia e delicada. Livre de gordura e colesterol, com baixo teor de sódio e calorias, ela vai bem em saladas, gratinada, empanada, como recheio de tortas ou apenas cozida.

Para produção doméstica ou para quem tem interesse em atender a um pequeno comércio local, o plantio de couve-flor pode ser uma ótima opção. Seu cultivo é fácil, tem custo baixo e pode ser realizado em hortas caseiras. Basta seguir alguns cuidados básicos e um pouco de dedicação para colher bons resultados com a cultura.

A couve-flor teve sua origem no continente asiático e passou a ser difundida por toda a região europeia no século XVI. Os imigrantes italianos foram os responsáveis pela introdução da hortaliça por aqui, que iniciou-se pela região serrana do estado do Rio de Janeiro. A produção local, voltada para atender à corte do Brasil Imperial, era formada por variedades adaptadas ao frio e que deram origem aos primeiros cultivares nacionais, chamadas terezópolis gigante e terezopólis precoce. Até hoje elas fazem parte da horticultura nacional.


A hortaliça se desenvolve bem em solos argilosos e bem drenados


Antes plantada somente na época do outono e do inverno, atualmente existem cultivares de couve-flor adaptados às diferentes condições climáticas do país. Graças a programas de melhoramento, ao longo dos anos grupos de cultivares foram sendo adaptados aos meses com temperaturas altas.
A couve-flor, como o repolho, os brócolis e a couve, pertence à espécie Brassica oleracea, variedade botrytis. É bastante exigente em água e mesmo em períodos chuvosos deve contar com irrigações. Uma dica é manter o solo molhado até 30 centímetros de profundidade, medida que atinge o sistema radicular da hortaliça.

Também é importante realizar adubação com micronutrientes. A finalidade é evitar a deficiência de boro, que torna a couve-flor inadequada para o consumo, e de molbidênio, que impede a formação das cabeças.


RAIO X
>>> SOLO: argiloso, profundo e bem drenado
>>> CLIMA: há cultivares específicos para cada período do ano
>>> ÁREA MÍNIMA: 20 mil a 25 mil plantas por hectare é a quantidade ideal para produções economicamente viáveis
>>> COLHEITA: quando a cabeça atingir seu desenvolvimento máximo, com peso de 1 a 2 quilos
>>> CUSTO: o preço dos envelopes de 10 gramas varia de R$ 1,70 a R$ 2,50 e latas de 100 gramas de R$ 25 a R$ 30

MÃOS À OBRA
>>> INÍCIO As sementes devem ser adquiridas em lojas de produtos agropecuários ou revendas especializadas. São vendidas em envelopes de 10 gramas ou latas de 100 gramas.
>>> CULTIVARES Há cultivares específicos para plantios em diferentes épocas do ano. “Precoces de verão” são resistentes ao calor, exigem temperaturas entre 20 e 25 graus célsius e têm ciclo em torno de 80 dias (cindy, karen, luna, sarah, sharon, shiromaru II, snow flake kobayashi, veneza, verona 184, verona 284 e piracicaba precoce). “Frio moderado” inclui os cultivares indicados para o plantio na transição entre estações, com colheita na meia estação, temperatura entre 15 ºC e 20 ºC e ciclo de 100 a 120 dias (híbridas barcelona e sharon). “Frio intenso” precisa de 5 ºC a 10 ºC para formar a cabeça e são consideradas tardias, com ciclo de 130 dias (bola de neve precoce, barcelona, first snow kobayashi, florença, júlia, silver star, silver streak plus, snow mystique, yuki, teresópolis gigante e teresópolis precoce).
>>> PROPAGAÇÃO Para a produção de mudas, faça a semeadura em bandejas de isopor com 128 células, de preferência em estufas. Como alternativa, podem ser utilizadas sementeiras em campo aberto ou copos de papel. De 25 a 30 dias após a semeadura, com 8, 9 ou 10 centímetros de comprimento e 3 a 4 folhas, as plantas estão prontas para o transplante para o local definitivo.
>>> PLANTIO A couve-flor se desenvolve bem em solo pesado e argiloso, porém profundo e bem drenado, e não tolera solos ácidos. Por isso é necessário aplicar calcário, de preferência o dolomitico. Use quantidade que eleve o pH para 6 a 6,5. A cultura é exigente em nitrogênio, potássio, cálcio e sódio. Boro e molbidênio são dois micronutrientes fundamentais para o sucesso do plantio. Nos plantios de verão, as cabeças devem ser protegidas do sol.
>>> ESPAÇAMENTO Varia de acordo com o tamanho da cabeça, mas o mais tradicional é o de 1 metro entre linhas e 0,50 metro entre plantas. Cultivares com cabeças pequenas são plantadas em espaçamento de 0,80 x 0,40 metro e as tardias, que produzem cabeças grandes, até de 1,20 x 1,70 metro. O número de plantas por hectare deve ser estabelecido entre 20 mil e 25 mil para produções economicamente viáveis.
>>> ADUBAÇÃO Recomenda-se de 400 a 500 quilos por hectare de fósforo (P2O5) e 150 a 200 de potássio (K20). Use 5 toneladas por hectare de esterco de aves ou 20 de esterco de bovino como adubo orgânico. Como complemento, adicione de 150 a 200 quilos por hectare de nitrogênio aos 20, 40 e 60 dias após o plantio.
>>> PRODUÇÃO A couve-flor deve ser colhida quando a cabeça atingir seu desenvolvimento máximo, por volta de 1 a 2 quilos de peso, e os botões florais estiverem ainda unidos firmemente. A produtividade varia de 15 a 25 toneladas por hectare. Em plantios mais tecnificados, pode ultrapassar 30 toneladas por hectare.

*Francisco Vilela Resende é pesquisador da Embrapa Hortaliças, Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças, Rodovia Brasília-Anápolis, BR-060, Km 09, Brasília, DF, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, tel. (61) 3385-9000, sac@cnph.embrapa.br
Onde comprar: lojas de produtos agropecuários e revendas especializadas vendem sementes de couve-flor
Mais informações: em instituições estaduais de assistência técnica, como a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) em São Paulo ou a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) em outros estados, e em universidades e escolas técnicas secundárias ligadas à área da agricultura

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Proteína do café tem efeito similar ao da morfina, diz pesquisa

Embrapa já solicitou patente no INPI.

Efeito da proteína ainda tem como fator positivo maior duração e poucos efeitos colaterais
(Foto: divulgação/Nestlé)

O pesquisador Felipe Vinecky descobriu, juntamente com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Universidade de Brasília (UNB), um fragmento de proteína do café que tem efeito similar ao da morfina.
Na pesquisa para sua tese de doutorado, Vinecky descobriu um peptídeo (compostos constituídos de aminoácidos e produzidos sinteticamente ou formados por hidrólise de proteína) com atividade analgésica a ansiolítica. O pedido de patente de sete peptídeos identificados no estudo foi encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) em 18 de agosto de 2014, sob o título "Peptídeos opióides". 
A descoberta surgiu por acaso: o pesquisador buscava uma molécula que melhorasse o desenvolvimento dos grãos de café. Ele e seu coordenador, Carlos Bloch, observaram que algumas substâncias continham fragmentos internos  com estruturas semelhantes à de sustâncias humanas como, por exemplo, a encefalina. Decidiram sintetizar substâncias com estrutura análoga para avaliar experimentalmente suas funções biológicas e efeitos fisiológicos em mamíferos.
Da mesma forma, um concentrado proteico presente no endosperma (maior parte da semente) do café foi submetido à digestão enzimática in vitro para simular o processo digestivo em humanos e, assim, deduzir como poderia ser o processo real de biodisponibilização e atividade final dessas moléculas dentro do organismo.
Após esse processo, testaram a substância em camundongos. Os pesquisadores comprovaram efeitos similares ao da morfina e ainda verificaram que proteína aumentava em até quatro horas a ação da molécula, além de não apresentar efeitos colaterais que merecessem registro.
Uso
Os peptídeos podem ser aproveitados nas indústrias alimentícia. As características funcionais similares a atividades ansiolíticas e de aumento da saciedade podem ser de interesse nutricional e animal, contribuindo para o manejo animal humanitário aplicável à pecuária de corte, especialmente para atenuar o estresse prévio ao abate.

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