quarta-feira, agosto 29, 2012

Rentabilidade da soja será recorde na safra 2012/13

Perspectiva é de renda média de R$ 1.463 por hectare para agricultores do Mato Grosso

O produtor brasileiro de soja deve registrar uma das melhores rentabilidades obtidas no país na safra 2012/13, quando a perspectiva é de uma renda média de R$ 1.463,00 por hectare no caso dos produtores de Mato Grosso. O cálculo foi apresentado pelo consultor André Pessoa, da Agroconsult Consultoria durante palestra no 2º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado segunda-feira (27/8), em São Paulo. Nos próximos cinco anos, no entanto, amargem de lucro da atividade pode reduzida pela metade. Projeções da Agroconsult apontam para uma renda média de R$ 622 por hectare na safra 2015/16, que poderá cair para R$ 580 em 2016/17.

“Em 2017 teremos registrado uma década de lucros e neste cenário entendo que a oferta de crédito será uma ferramenta a mais para o produtor e não a oxigenação da atividade”, disse. Para Pessoa, nesse ritmo, o produtor de soja do Brasil vai andar de turbante (analogia com os produtores depetróleo árabes). Os bons preços da soja – registrados a partir da safra de 2007 -- refletem a demanda em alta e os estoques apertados, já pelo sexto ano consecutivo. A expectativa de recuperação do nível de produção e darecomposição dos estoques mundiais nos próximos cinco anos deve achatar um pouco a margem da atividade.

Segundo o especialista, com margens melhores desde 2007, os agricultores brasileiros estão conseguindo elevações expressivas em sua renda e necessitam cada vez menos de crédito. Pelas contas de Pessoa, a rentabilidade da atividade foi de R$ 627 em 2007, caiu para R$ 465 em 2009 e voltou a subir para R$ R$ 1006 em 2011. “Em 2007, para cada R$ 1,00 que o agricultor colocava no financiamento do plantio da soja, pegava outros R$ 19,00 de crédito. Isso veio caindo e, em 2011, para cada R$ 1,00 próprio, ele só pegava R$ 3,00. Para a safra 2012/13, para cada R$ 1,00 próprio, ele só tomará mais R$ 1,00 de crédito”, completa Pessoa.

O quadro, de acordo com o consultor, pode ficar ainda mais favorável ao produtor brasileiro em função da quebra desafra americana, prejudicada pela seca. Os levantamentos recentes indicam um declínio de 17 milhões de toneladas na produção americana de soja, na comparação com a safra do ano passado, fato que tende a elevar ainda mais os preços da commodity. “Se somarmos as perdas em todas as lavouras americanas neste ano, os Estados Unidos estão deixando de produzir o volume que o Brasil produz ao ano”, diz.

Também os sinais vindos da China são favoráveis ao produtor brasileiro de soja, assim como das demais culturas de grãos. Segundo Pessoa, a desaceleração econômica na China é acompanhada de uma mudança no perfil econômico do gigante asiático. “O rearranjo chinês é na direção de uma diminuição dos investimentos em infraestrutura com prioridade para as aplicações em consumo. Daí que não se prevê redução nas importações de commodities agrícolas, mas talvez até um crescimento”, finaliza ele, lembrando que este ano as importações de milho da China já somaram 10 milhões de toneladas e que para 2015 devem estar na casa de 18 milhões de toneladas. “O ingresso da China na importação de milho é o grande destaque da safra atual e as compras chinesas no mercado externo serão crescentes nos próximos anos”, diz.

FONTE: GLOBO RURAL

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