quinta-feira, maio 31, 2012

Embrapa patenteia técnica para modificar expressão de genes em café

Estudos preliminares podem impactar diretamente na melhoria da qualidade do café



A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, a partir de duas de suas unidades - Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Café – patenteou uma técnica que promete aprimorar e agilizar o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas no Brasil. A patente foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – Inpi no dia 9 de abril de 2012 com o nome de “Composições e métodos para modificar a expressão de genes de interesse”.

A técnica se baseia no estudo de uma parte do gene, denominada promotor, que é responsável pela definição de onde, quando e em que condições as características desejadas vão se manifestar na planta. O objetivo é selecionar os promotores de interesse e disponibilizá-los em um catálogo de promotores para as instituições de pesquisa brasileiras. “Essa técnica pode resultar em benefícios imediatos na geração de plantas geneticamente modificadas”, explica a líder dos estudos, Juliana Dantas.

Hoje, para desenvolver uma planta modificada geneticamente os cientistas normalmente utilizam promotores constitutivos. Isso significa que o gene que foi inserido no transgênico vai se manifestar em todas as partes da planta, em todas as etapas do desenvolvimento e independentemente das condições externas. Nessa situação, a planta gasta energia produzindo excessivamente uma proteína que não é necessária na planta inteira e o tempo todo. A nova tecnologia permite que o gene que foi inserido, se expresse apenas no endosperma - tecido de armazenamento que garante a nutrição do embrião em desenvolvimento - do fruto, a parte consumida do grão, da planta transformada. “Isso é útil para a introdução de características relacionadas à qualidade nutricional, características organolépticas (sabor, aroma, textura), por meio da alteração especificas no grão de café”, informa o pesquisador da Embrapa Café Luiz Filipe Pereira.

No caso de o objetivo ser a obtenção de uma planta resistente a alguma praga, em que uma proteína tóxica ao inseto-alvo pode atingir populações de insetos benéficos, essa estratégia é bastante pertinente. A broca do café, por exemplo, é uma praga, um pequeno besouro que perfura o fruto e se instala justamente no grão do café para se reproduzir, comprometendo principalmente a qualidade. Um gene de resistência à broca pode ser comandado por um promotor específico com ação no fruto, como essa técnica patenteada pela Embrapa, e a proteína estará presente somente no grão. Populações de outros insetos que se alimentam nas folhas não seriam atingidas.

O objetivo, a médio prazo, como afirma a pesquisadora Juliana, é chegar a um banco de promotores da Embrapa à disposição da ciência, o que ela acredita que deve acontecer em um período de aproximadamente cinco anos. “Esse banco, o qual será formado por promotores isolados e patenteados pela Embrapa, a partir de suas unidades distribuídas em todo o Brasil, vai garantir à Empresa independência tecnológica e agilidade no desenvolvimento de produtos geneticamente modificados”, destaca Dantas, lembrando que o banco vai contar com promotores específicos para todas as partes das plantas (raiz, caule e folha) e também promotores que sejam induzidos por seca e aumento de temperatura, levando em consideração aplicações de interesse para a agricultura brasileira, como resistência a pragas, tolerância à seca, altas temperaturas, aumento do valor nutricional e melhoria das propriedades organolépticas (sabor, aroma, textura). Assim, o gene que for inserido, se expressará apenas quando e aonde for necessário.

Segundo Luiz Filipe, a nova tecnologia é uma alternativa para sistemas de expressão em organismos vegetais, podendo ser utilizada para a geração de novas cultivares e programas de melhoramento. "Deverá trazer benefícios econômicos, sociais, ambientais e de biossegurança associados à transformação genética. Ela pode favorecer a implementação de estratégias para aumentar o valor agregado do produto, seja na geração de cultivares mais adaptadas ao estresse ambiental, como também visando à melhora na qualidade do produto".

O resultado é fruto do trabalho liderado pela pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Juliana Dantas de Almeida, com a participação do chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Mauro Carneiro, e dos pesquisadores: Mirian Eira, Leila Barros, Alan Andrade, Michelle Cotta, Felipe Rodrigues e Luiz Filipe Pereira. A pesquisa foi financiada pelo Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – FUNCAFÉ.

Estudos preliminares podem impactar diretamente na melhoria da qualidade do café
A primeira fase dos estudos, que culminou com o depósito da patente no INPI, começou em 2005 e teve como base o banco de dados do Genoma Café, que conta com mais de 200 mil sequências de DNA e 30 mil genes identificados como responsáveis pelos diversos mecanismos de crescimento e desenvolvimento da planta assim como genes de resposta a estresses bióticos e abióticos.

Segundo Dantas, as pesquisas foram iniciadas com a busca de promotores específicos de frutos, folhas e raízes e o resultado final, ou seja, o promotor que foi patenteado é específico para o grão do café, que é a parte utilizada pela indústria alimentícia para a produção da bebida. “Por isso, é um resultado bastante promissor para grupos que desenvolvem pesquisas em prol da melhoria da qualidade do café no Brasil”, ressalta.

Levando-se em consideração a importância desse produto para o país, que é o maior produtor mundial com 36% do mercado global e o segundo maior consumidor, atrás apenas dos EUA, a notícia é realmente animadora, pois pode auxiliar o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas de café com frutos de melhor qualidade e preços mais competitivos.

FONTE: EMBRAPA CAFE

terça-feira, maio 29, 2012

Preço do milho deve cair

O preço da saca de 60 quilos do milho em Mato Grosso deve sofrer retração de até 35% até o final de 2012, ante os preços atuais
A projeção é dos próprios produtores devido à supersafra, que pode superar os 12 milhões de toneladas. Hoje, a saca está cotada em média a R$ 14 e o setor produtivo exige do governo federal a garantia de um preço mínimo de R$ 12,60, caso contrário a safrinha 2012/2013 pode ser inferior em decorrência de desestímulos.

A tendência de Mato Grosso é igual à dos Estados Unidos, que também terá supersafra de 376 milhões de toneladas na safra 2012/2013 a ser colhida agora, volume 20% superior à safra 2011/2012, no qual, segundo analistas do mercado de grãos, o cereal pode cair dos atuais US$ 6 o bushel (25,4 quilos) para US$ 4 por bushel no segundo semestre deste ano. A queda nos EUA pode ser superior a 30%, após acumular alta de 62% nos últimos dois anos.

O analista de mercado de grãos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noro nha, confirma a tendência de retração nos preços até o final do ano. “Com as chuvas dos últimos dias podemos colher mais de 12 milhões de toneladas, inclusive tende-se a ter problemas de falta de armazéns. Cremos que o preço chegue a R$ 12,60 por conta da boa safra”.

Segundo o vice-presidente da região oeste da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Alex Utida, algumas regiões já começaram a colher o milho no Estado, inclusive ele. “Esse milho é o plantado logo nas primeiras semanas de janeiro”, frisa. Ele salienta que a entidade e os produtores estão trabalhando para que o governo federal garanta a existência de um preço mínimo para o cereal. “Queremos R$ 12,60, pois Mato Grosso possui sério problema de infraestrutura. Não temos armazéns suficientes e nossa logística é falha e cara. Em longo prazo podemos ter bons preços, até porque a China está entrando em nosso mercado, mas como escoar se a logística é precária.”

Conforme a Folha do Estado já comentou, o custo de produção do milho por hectare terá incremento, em princípio, de 6,11% da safra 2011/2012 para a 2012/2013, chegando a R$ 1.545 por hectare, devido alta do dólar. Em Nova Mutum, 100 mil hectares foram semeados com milho safrinha. O produtor Alfindo Uggeri acredita que por conta da supersafra os preços podem cair de 30% a 35% até o final do ano. Sorriso semeou 300 mil hectares, a maior área do Estado com o cereal e para o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Lenz, a queda deve atingir 20% dos preços atuais. “Na minha visão, cairá porque até dezembro não teremos milho. Aqui em Sorriso 70% da safra foi vendida, das quais 50% para exportação”.

DESESTÍMULO

A maior preocupação do setor, conforme Utida, é quanto à rentabilidade, visto que com o aumento dos preços das commodities o custo de produção subiu. “Tivemos bons preços nas commodities nos últimos anos, apesar do milho nas últimas safras oscilar entre R$ 9 e R$ 20 a saca, como já cheguei a vender, todavia o custo de produção também subiu. Sua retração chega há demorar oito meses para ocorrer e até lá já estamos entrando nas lavouras com a nova safra”.

O analista do Imea confirma o fato. Noronha comenta que o bushel do milho para julho está cotado em US$ 5,93 e para o mercado futuro em março de 2013 a US$ 5,28. Enquanto a soja está US$ 13,56 o bushel em julho e US$ 12,35 em março de 2013. “Podemos sim ter um desestimulo no milho. Na soja o bushel no mercado futuro é normal ser inferior que o atual, pois o que vale é o Premium, que é um valor a mais pago quando o interesse é grande pela commodity”. Quanto às quedas diárias, Lenz salienta que é normal ocorrer antes do plantio.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

segunda-feira, maio 21, 2012

A importância do milheto na disponibilização de potássio

Desde a década de 90 vêm ocorrendo mudanças nos sistemas de produção no Brasil, no que se refere à rotação e sucessão de culturas, à consorciação de culturas anuais com pastagens, à distribuição espacial e temporal no território brasileiro, bem como no nível tecnológico atualmente recomendado e utilizado. Isso implica que os conceitos sobre as exigências nutricionais e o manejo da adubação sejam revistos.

Ao elaborar um programa de adubação para as culturas, seja para produção de grãos, seja para forragem, é importante levar em consideração como estão inseridas no sistema de produção utilizado. Assim, ao analisar as necessidades nutricionais e o manejo da adubação, deve-se rever a mudança do cenário com relação ao estado atual dos sistemas de produção no contexto da agricultura brasileira, o que acarreta diferenças nas exigências nutricionais e ciclagem dos nutrientes pelas culturas componentes dos sistemas de produção.

O milheto como componente do sistema de produção

O milheto, no Brasil tem sido utilizado com sucesso, de diversas formas: como planta forrageira, pastoreio para o gado, especialmente na região Sul, como produção de grãos, para a fabricação de ração e como planta de cobertura de solo, para o sistema de plantio direto.

Este último uso tem sido um dos responsáveis pelo aumento da expansão da cultura, em virtude do avanço da semeadura direta pelas regiões do cerrado, onde o milheto se desenvolve muito bem em situações adversas de clima e solo e pela sua capacidade de extração de nutrientes do solo, devido ao sistema radicular profundo e abundante, promovendo a ciclagem de nutrientes para a camada mais superficial.

Este, talvez, seja o principal motivo para a ampla adoção do milheto nas regiões do Cerrado, onde atualmente estima-se que ele ocupe cerca de quatro milhões de hectares e ajuda a consolidar o sistema de plantio direto.

Uma característica reconhecida do milheto e que tem sido amplamente divulgada é sua adaptabilidade aos solos ácidos e de baixa fertilidade, o que é extremamente limitante para o cultivo do milho, sorgo e outras culturas. Essa boa adaptação se deve à sua capacidade de extração de nutrientes, face ao seu sistema radicular profundo e abundante, podendo atingir mais de dois metros de profundidade.

No entanto, o milheto responde à correção do solo e adubação, sendo essas técnicas fundamentais para se obter maiores patamares de produtividade. Resultados publicados na literatura indicam que a produção de palhada (massa seca) de milheto, quando cultivado na primavera ou verão, varia de 6 a 20 t ha-1, enquanto na safrinha atinge de 3 a 10 t ha-1, com cultivares melhoradas e condições adequadas de cultivo.

Ciclagem do potássio pelo milheto

As exigências nutricionais do milheto variam com a idade da planta, tornando-se mais intensas no início da fase reprodutiva. Entre os 51 e 93 dias após a semeadura, há uma elevada taxa de acúmulo de massa seca, que deve ser acompanhada pelo acúmulo de nutrientes. Esse período coincide com a fase de enchimento de grãos.

A demanda de nutrientes pelo milheto depende do potencial de produtividade. À medida que aumenta o potencial ou a expectativa de produção (biomassa ou grãos), aumenta a demanda de nutrientes pela planta.

A extração de nutrientes aumenta com o aumento na produtividade de massa seca, sendo que a maior exigência do milheto refere-se ao potássio e nitrogênio, seguindo-se cálcio, magnésio, fósforo e enxofre. Adicionalmente à idade e expectativa de produtividade, deve-se considerar a finalidade de uso do milheto: forragem, produção de grãos ou planta de cobertura no sistema plantio direto, pois cada uma implicará numa dinâmica diferenciada da ciclagem dos nutrientes no sistema solo-planta.

Extração de nutrientes

A extração de K pelo milheto é extremamente alta e ao contrário do N e do P, não mostra uma correlação direta com o potencial de produção de palhada. Isto se deve, provavelmente, ao fato de que nos locais com menores produtividades de palhada o N e o P foram os nutrientes limitantes e os solos apresentavam teores adequados de K.

Assim, as diferenças observadas nos teores de K contidos nas palhadas de milheto são devidas às diferenças entre os solos na capacidade de suprimento deste nutriente, nos locais onde foram conduzidos os experimentos.

É sabido que as culturas, de modo geral, apresentam um consumo de luxo de K. Em solos com altos teores deste nutriente haverá um consumo excessivo deste nutriente. A ciclagem de K assume importância nos sistemas de produção agrícola, visto que enquanto a fixação biológica é uma importante fonte de N para o ecossistema, não existem fontes renováveis de K no ciclo biogeoquímico.

Assim, o K absorvido pelas plantas é, pois, somente oriundo da reserva existente nos solos, ciclado de resíduos de culturas e advindo da aplicação de fertilizantes mineral e orgânico.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

Milho + braquiária: consórcio que dá certo

Técnica aumenta produtividade da soja cultivada em sucessão em até 20%, além de diminuir incidência de plantas daninhas e estruturar o solo

A tecnologia foi implantada na região paulista do Médio Paranapanema em rede de experimentos e áreas demonstrativas. O projeto é uma parceria entre o IAC, as cooperativas Coopermota e Cooperativa Agropecuária de Pedrinhas Paulistas (CAP), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É uma técnica direcionada para milho safrinha, o que a difere da integração lavoura pecuária. Ela consiste na semeadura simultânea do milho com braquiária na mesma operação e pode aumentar a produtividade da soja cultivada em sucessão à cultura do milho safrinha em até 20%, além de servir de forragem para os animais na entressafra e contribuir para melhorar a qualidade do solo.

Em vez de o agricultor anular uma linha do meio na semeadura da soja, ele mantém todas as linhas da semeadura e alterna uma linha de milho com uma linha de semente de braquiária. Nessa linha da braquiária, ele troca o disco de milho por disco de sorgo, além de retirar o adubo. Ou seja, ele vai adubar apenas a linha do milho e não a do capim — afirma Aíldson Duarte, pesquisador do IAC.

A máquina semeadora adubadora distribui simultaneamente as sementes de braquiária e milho safrinha com 45 cm de espaçamento entre si. Além disso, a implantação do consórcio possui baixo custo. Em média, o investimento em sementes de capim-braquiária varia entre R$40 a R$50 por hectare.

Segundo ele, quando o produtor trabalha com espaçamento reduzido, não é possível o uso da linha intercalar. Nesse caso, o consórcio pode ser feito com a terceira caixa na semeadora, ou seja, uma caixa para adubo, uma para semente de milho e a terceira para a semente da braquiária, distribuindo-a na mesma linha do milho.

Alguns agricultores utilizam a distribuição a lanço da semente da braquiária seguida do plantio do milho. Essa é uma tecnologia utilizada em grandes áreas onde o rendimento operacional é muito importante. Mas uma séria limitação dessa técnica é a emergência desuniforme da braquiária em reboleiras. Nesse caso, os benefícios do consórcio serão menos efetivos do que em uma distribuição uniforme, pois o desempenho da semeadora adubadora passa a não ser tão eficiente — explica.

Produtor deve manter todas as linhas de semeadura

No consórcio, é importante a escolha correta da semente de braquiária, como diz o entrevistado. O produtor deve utilizar sementes puras, com valor cultural mínimo de 70%. Já o híbrido de milho safrinha não deve ser muito baixo, pois pode aumentar a necessidade da supressão química da braquiária.

Os agricultores que vêm utilizando o sistema têm percebido de maneira clara o aumento de produtividade da soja. Os benefícios são sentidos quando eles interrompem a monocultura do sistema soja x milho safrinha. Isso porque esse consórcio é utilizado em parte da propriedade e rotacionado depois, ou seja, ele não pode ser repetido na mesma área. A repetição pode trazer problemas — orienta.

Cuidados de manejo

Toda planta que permanece em uma mesma área pode provocar desequilíbrio no sistema biológico do local. Portanto, como explica Durate, a permanência da braquiária em uma mesma área pode selecionar plantas daninhas e pragas, inclusive nematoides.

Além disso, o pesquisador diz que durante o ciclo de vida da plantação, é preciso estar atento à necessidade de supressão, que deve ser feita até o estágio B6 ou B8. Caso contrário, a aplicação de herbicidas passa a ser ineficiente devido ao efeito guarda-chuva das próprias plantas do milho.

Hoje, a maior parte das cultivares utilizadas pelos produtores são transgênicas. Com isso, eles não aplicam inseticida para o controle da lagarta do cartucho no milho. Porém, o capim não é transgênico, podendo sofrer ataque de pragas. Por isso, é necessária a constante observação da área. Se notada a presença de lagartas comendo as plântulas de capim, é preciso fazer a aplicação de inseticidas — diz.

Preocupação com a competição

Essa é uma constante pergunta dos agricultores. O produtor está há anos limpando sua área das plantas daninhas e agora se propõe um sistema no qual ele deve plantar capim no meio da lavoura. Uma das grandes preocupações do agricultor é se a braquiária produzirá sementes sujando sua área. Outra preocupação é se a braquiária competirá com o milho, prejudicando a produtividade.

A braquiária mais utilizada no consórcio é a ruziziensis, que não produz sementes se dessecada até o mês de outubro. Já na questão da competição, geralmente em condições de milho safrinha, ela não é suficiente para diminuir a produtividade, exceto em situações quando o porte da planta de milho é menor, quando a semeadura do milho é antecipada e quando as condições ambientais (chuva e temperatura elevada) são favoráveis ao seu desenvolvimento. Por isso, é necessário o constante acompanhamento das plantas e, quando preciso, a utilização de herbicidas em subdoses — afirma Duarte.

Braquiária ruziziensis aumenta a ciclagem de nutriente como o potássio

De acordo com ele, mesmo com a ocorrência de uma pequena competição e a diminuição da produtividade do milho safrinha, o aumento da produtividade da soja compensará muito essa pequena redução. Além disso, ainda existem outros benefícios, como a diminuição na incidência de plantas daninhas, a melhor estruturação do solo e o manejo mais eficiente de mato com a quebra do sistema soja e milho safrinha, ou seja, o produtor introduz uma nova espécie vegetal sem a necessidade da retirada do milho safrinha, uma das maiores dificuldades da rotação de cultura no que diz respeito à substituição de uma cultura econômica.

A braquiária ruziziensis possibilita o aumento da ciclagem de nutrientes, especialmente de potássio. São acumulados cerca de 30 kg de potássio (K2O) por tonelada de massa seca da parte aérea que, após a dessecação com glifosato, são rapidamente mineralizados e contribuem para a nutrição da soja cultivada em sucessão, como afirma Duarte. Na maioria dos casos, o consórcio produz de uma a três toneladas por hectare de massa seca de capim e, consequentemente, recicla 25 a 75 kg de K2O.

O produtor também tem grande preocupação na hora da colheita, principalmente quando o híbrido tem porte baixo. Muitos acham que a braquiária pode atrapalhar a colheita embuchando a máquina, o que não acontece no caso da espécie ruziziensis, pois ela quebra com facilidade. Além disso, exige uma baixa dose de glifosato na dessecação — garante.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

terça-feira, maio 08, 2012

Setor prioriza aumento da produtividade da lavoura de café

Governo elabora, com a participação do agronegócio café, plano estratégico que permitirá alcançar novos ganhos na produção e produtividade do grão

Com o desafio de aumentar a produção para atender o mercado nacional e mundial, representantes do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), se reuniram na última semana, em Brasília, para discutir medidas para desenvolver a cultura do café, em volumes que não depreciem os preços.

Com este cenário, o governo em articulação com as entidades do Conselho, estão construindo para o período de 2012 a 2015, o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Setor Cafeeiro. O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Gerardo Fontelles, ressaltou que, com as medidas implementadas pelo plano estratégico, pretende-se reduzir a volatilidade de preço para evitar o desequilíbrio entre a oferta e a procura do grão no mercado. “Com a estabilidade nos preços, permitirá ao cafeicultor aumentar sua produtividade, reduzindo custos”, acrescenta Fontelles.

Pesquisa e difusão e transferência de tecnologia com reflexos diretos no aumento da produtividade foram destacados pelo novo gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Ferreira Bartholo. “Cerca de 84% da cafeicultura é constituída de agricultores familiares e essas famílias, com a adoção de tecnologia, podem saltar de 10 a 12 sacas por hectares para 20 sacas por hectares, explica Bartholo. Os recursos do Funcafé vão financiar as pesquisas do Consórcio Café, coordenada pela Embrapa, para desenvolver novas variedades resistentes e produtivas de café, novas formas de manejo da lavoura, como adensamento da plantação e equipamentos agrícolas mais eficientes.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

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