quinta-feira, setembro 29, 2011

Recursos para financiar custeio do algodão serão antecipados

Pela primeira vez, o Banco do Brasil (BB) vai ofertar recursos do crédito rural para o chamado "pré-custeio" da safra de algodão de forma antecipada. A nova linha está disponível a partir de hoje. O BB também elevará a R$ 1 bilhão o adiantamento de crédito para a safrinha de milho de 2012, informou ao Valor Osmar Dias, vice-presidente de Agronegócios da instituição.

A vantagem do "pré-custeio" ao produtor, segundo o BB, é a possibilidade de comprar insumos, como sementes, adubos e defensivos, antes do tradicional movimento de elevação dos preços em razão do aumento da demanda às vésperas do plantio.

O financiamento para pré-custeio do algodão não terá limite de recursos, garante o diretor de Agronegócios do BB, Ives Cézar Fülber. "O banco está disposto a atender a toda a demanda que chegar", afirma. Assim como acontece com o milho, o teto será de R$ 500 mil por beneficiário.

No caso do milho, o BB havia destinado R$ 810 milhões ao pré-custeio no ano passado. Agora, espera chegar a R$ 1 bilhão. Neste ano, os adiantamentos para a safra de verão somaram R$ 3 bilhões desde abril.

O BB informa que os preços dos insumos aumentaram, em média, 15% no período próximo ao plantio da safra atual. "Quando não tem dinheiro para antecipar a compra, o produtor tem que aguardar o financiamento", diz o vice-presidente Osmar Dias. "Com isso, o fabricante de adubo e de herbicida espera. Quando o banco vai liberar o recurso, ele dá uma puxada no preço. Aí, o agricultor pega o dinheiro e já está pagando mais caro".

O diretor Ives Fülber estima que o adiantamento pode proporcionar ao agricultor uma economia de até 10% na aquisição dos insumos. "Comprando antes da hora ele evita a forte procura e consegue negociar. É uma simples ação que resulta em uma coisa muito boa para o produtor", afirma Fülber.

O vice-presidente Osmar Dias diz que, apesar dos juros, "fica mais barato" tomar o crédito adiantado. A decisão de contratar mais cedo é uma aposta. "Mas, como regra, tem sido vantajoso antecipar o financiamento. Apesar de pagar mais juro, pelo fato de pegar o empréstimo antes, o valor total a ser pago é muito menor do que o aumento que o produto vai ter", afirma Dias.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

Alho: Minas aposta na qualidade para concorrer com produto importado

Safra estadual deve alcançar volume 5,3% superior ao do ano passado.

Apesar das importações crescentes de alho pelo Brasil – entre janeiro e agosto de 2011 entraram no país 109,9 mil toneladas do produto argentino e chinês –, os agricultores mineiros investem no aumento da safra. O IBGE estima que a produção de alho em Minas Gerais neste ano vai alcançar 19,7 mil toneladas, volume 5,3% maior que o registrado no ano passado.

A colheita mineira prevista para este ano equivale a 16,6% da safra nacional, garantindo a vice-liderança do ranking brasileiro do alho, atrás apenas de Goiás. Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, o aumento da safra estadual é consequência principalmente da intensa utilização de tecnologia nas lavouras. “Por isso, a produtividade média de alho no Estado é de 12,1 toneladas de alho por hectare. Há dez anos, a produtividade era de 8,1 toneladas por hectare”, explica Albanez.

Primeiro colocado na produção estadual de alho, o Alto Paranaíba tem uma safra estimada de 13,8 mil toneladas, volume correspondente a cerca de 70% da safra estadual. Albanez avalia que o plantio, principalmente na região líder de produção, foi estimulado em 2011 pela recuperação de preço registrada em 2010, como consequência de uma redução temporária das importações de alho chinês.

Qualidade reconhecida

O agricultor familiar Oswaldo Júnior, que mantém o cultivo de alho em 18 hectares no município de São Gotardo, no Alto Paranaíba, diz produtor deve sempre investir na qualidade, independente da importação. “É necessário produzir sempre o nosso alho com qualidade exista ou não a importação. Além disso, o volume das compras externas do produto pelo Brasil pode cair, e nesse caso os preços internos serão mais compensadores.”

Oswaldo concorda que o alho nacional, especialmente o colhido nas lavouras mineiras, tem a preferência dos consumidores que valorizam a qualidade. A observação é compartilhada pelo extensionista Dener Henrique de Castro, que atua no município. “O produto de Minas Gerais tem qualidade reconhecida em todo o país, especialmente nos mercados de São Paulo, Recife e Amazonas”, explica.

A preferência do consumidor brasileiro pelo alho nacional também é citada por Eduardo Sekita, diretor do grupo Sekita, de São Gotardo, que trabalha com a parceria de 49 produtores em 190 hectares da propriedade. Esse contingente de agricultores familiares deve garantir ao grupo, em 2011, uma produção da ordem de 3,7 mil toneladas, ele informa.

“O grande problema é que as importações permitidas pelo governo federal possibilitam a venda do acho chinês por R$ 40,00 a caixa de dez quilos, enquanto no Alto Paranaíba o preço varia de R$ 42,00 a R$ 45,00, porque abaixo disso seria insuficiente para cobrir os custos de produção”, explica o executivo.
Segundo Sekita, outro aspecto que dificulta a situação dos produtores brasileiros é que o alho importado está presente em todo o país durante o ano inteiro. Já o produto colhido nas lavouras da maioria dos Estados chega ao consumidor em um período definido, de agosto a fevereiro, sendo que em Minas Gerais o abastecimento predomina numa faixa de tempo ainda menor, de agosto a janeiro.

Organização da produçãoSe

“Diante do cenário da importação de alho pelo Brasil, os agricultores devem buscar orientação junto às associações e cooperativas para desenvolver a produção programada”, recomenda o superintendente do Mercado Livre do Produtor (MLP) da CeasaMinas pela Subsecretaria de Agricultura Familiar da Secretaria da Agricultura, Lucas de Oliveira Scarascia. Ele diz que é fundamental para os produtores o acesso a informações sobre as tendências do mercado, política de abastecimento do país, situação do câmbio e interesse de outros países em colocar seus produtos no Brasil.

FONTE: SECRETARIA DE AGRICULTURA DE MG

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