terça-feira, setembro 27, 2011

Após inverno rigoroso, falta de chuva afeta cafezais no Brasil


As chuvas de primavera previstas para os próximos dias nas principais regiões de café do Brasil chegarão em baixos e insuficientes volumes para estimular floradas, e agrônomos consideram que a estiagem após um ano de frio intenso reduz o potencial produtivo das lavouras para a próxima safra (2012/13).

A demora para a chegada das chuvas nesta época é uma preocupação para os produtores, mas neste ano os temores são maiores porque os pés de café estão debilitados pelas baixas temperaturas deste inverno, que causaram até geadas em algumas áreas, disseram à Reuters agrônomos de três cooperativas de importantes regiões produtoras de café arábica.

'Este ano é um pouco diferente porque tivemos um inverno muito rigoroso e já são vários meses sem chuva, a umidade relativa do ar está muito baixa... então isso agrava mais as condições das lavouras', disse o gerente do Departamento Técnico da Cooxupé, Joaquim Goulart.

A Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil, situada no Sul de Minas, recebe por ano volumes equivalentes a mais de 10 por cento da safra de arábica do maior produtor mundial de café -- em 2011/12 o Brasil produziu 43,15 milhões de sacas, sendo 31,9 milhões de sacas de arábica.

'O potencial (da próxima safra) está comprometido, mas não temos como avaliar esse impacto. Tem lavoura que sofreu geada, que vai ter uma quebra, mas isso só em dezembro teremos condição de analisar melhor', disse.

O Brasil encerrou a colheita de uma safra de baixa no ciclo bianual do arábica, e chuvas são fundamentais para que em 2012/13, um período de alta na produção, o Brasil possa colaborar para reabastecer um mercado global que sofre uma escassez, especialmente do grão de alta qualidade.

'Estamos saindo de uma colheita... a condição climática para a colheita foi boa porque não teve chuva, mas para a planta não é a condição ideal.'

Segundo a Somar Meteorologia, as áreas de café de Minas Gerais e São Paulo, que respondem por quase 60 por cento da produção do arábica no país, recebem historicamente até 100 milímetros de chuvas em setembro, mas neste mês praticamente ainda não choveu nos cafezais.

A situação é semelhante a 2008, um ano de La Niña, fenômeno que normalmente atrasa a chegada das chuvas, e bem diferente do verificado no ano passado, quando ainda sob influência do El Niño, chuvas de 50 a 100 milímetros foram verificadas na região, segundo a Somar.

'Os mapas mostram uma semelhança com 2008. Lembro que 2009 e parte de 2010 tiveram influência do El Niño... A primavera começou... Uma frente fria chega à região, mas traz chuvas rápidas e de baixa intensidade no final de semana', disse a meteorologista da Somar Olívia Nunes, estimando um volume de chuva para o Sul de Minas de no máximo 5 milímetros.

Depois, não há previsão de precipitação até o dia 27.

Mais chuvas necessárias – Segundo agrônomos, para que os cafezais apresentem uma boa florada, são necessárias chuvas mais volumosas. 'Precisa ter pelo menos de 30 a 40 milímetros de chuva para abrir a florada', afirmou o gerente técnico da Cooparaiso, Marcelo Moura Almeida, em São Sebastião do Paraíso, cuja cooperativa recebe aproximadamente 1 milhão de sacas por ano.

'As lavouras estão bem abotoadas para abrir flores, mas está faltando chuva', acrescentou Almeida, lembrando que muitos cafezais perderam folhas dos ponteiros por causa do frio intenso.

O agrônomo também disse acreditar que parte dos cafezais está com o potencial prejudicado, por causa do frio e também devido à estiagem', especialmente aquelas lavouras localizadas em terrenos mais arenosos.

Roberto Maegawa, coordenador do Departamento Técnico da Cocapec, de Franca (SP), na Alta Mogiana, também vê redução no potencial produtivo. 'Lavouras com potencial para 80 sacas, já vai dar 60, visualmente, mas é muito cedo para falar', declarou ele, ponderando que novos cafezais, com sistemas radiculares menos profundos, sofrem mais.

A Cocapec costuma receber cerca de 1 milhão de sacas por ano.

FONTE:REUTERS

Café: Depois das fortes quedas, preços reagem e fecham segunda-feira em alta na NYBOT

Depois de cair aproximadamente 20% e zerar os ganhos acumulados em 2011 nas últimas semanas, os preços futuros do café arábica reagiram e registraram ontem a maior alta em cinco semanas na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em março fecharam cotados a US$ 2,3910 por libra-peso, uma elevação de 450 pontos. Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o mercado reagiu à notícia de que os estoques americanos de café verde são os mais baixos em 11 anos, com queda de 16% no ano. "A recente queda nos preços atraiu alguns compradores, e os fundos já venderam o que tinham de vender", acrescentou Alonso Tomas, um trader da INTL FCStone. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq subiu 1,37%, para R$ 507,43 por saca.

FONTE: VALOR ECONOMICO

Novidades tecnológicas na secagem do café

Engenheiro agrônomo e pesquisador em pós-colheita e qualidade do café - IAC

Uma secagem bem feita permite preservar a qualidade que já estava pré-determinada na lavoura. A qualidade do café é afetada por diversos fatores antes, durante e após a colheita. A secagem é, sem dúvida, uma das etapas mais importantes na definição da qualidade do café, e por isso grande atenção deve ser dada ao manejo do café, tanto em terreiros quanto em secadores. A obtenção de grãos de café de boa qualidade é essencial para proporcionar boa qualidade da bebida.

Novidades tecnológicas

A cada ano surgem novidades relacionadas à tecnologia de processamento e secagem que contribuem para a produção de cafés de melhor qualidade. No entanto, é preciso ressaltar que há produtores que se preocupam muito com as novidades, mas deixam de fazer o essencial para a obtenção de cafés de qualidade. As novidades que mais se destacam, recentemente, são as seguintes:
- Centrífuga: equipamento que remove a água superficial dos frutos inteiros ou descascados de café. Substitui o aerador na pré-secagem, evita que o café seja levado molhado para o terreiro e acelera o processo de secagem;
- Terreiro híbrido ou terreiro secador: consiste em um terreiro integrado com uma fonte artificial de calor, o que permite secar o café mesmo em períodos sem sol;
- Silo secador: equipamento normalmente utilizado para secagem de outros grãos (arroz e milho), utilizando baixas temperaturas. Foi adaptado para secagem de café e proporciona alta capacidade de secagem com custos relativamente inferiores aos da secagem convencional em terreiros ou secadores mecânicos. A qualidade depende da matéria-prima e do manejo do café, mas devido às características construtivas do equipamento e dinâmica de secagem pode ser mais apropriado para a secagem de cafés comuns. Não há dúvida que o silo secador apresenta uma série de vantagens, mas como em qualquer outro sistema de secagem, são necessários estudos técnico-científicos que possibilitem a verificação da qualidade do café, comparativamente a outros métodos.
Essas tecnologias são funcionais, mas a obtenção de resultados práticos depende da orientação que o produtor recebe e do correto manejo do café na colheita e pós-colheita.

Secagem do grão

Quando se deseja obter cafés de melhor qualidade a secagem não pode ser estática. Isso significa que o café precisa ser revolvido constantemente (10 a 20 vezes ao dia), desde o início até o final da secagem.
No início da secagem o revolvimento constante acelera a remoção da água superficial do café e evita que ocorram fermentações que causam prejuízo à qualidade. Do meio para o final da secagem o revolvimento constante promove a redistribuição do calor, facilita a remoção de água, evita o superaquecimento dos grãos e uniformiza a secagem, preservando a qualidade e evitando que os grãos fiquem manchados.

Alerta

Uma secagem mal feita pode afetar a qualidade de várias maneiras. Secagem muito lenta pode favorecer a ocorrência de fermentações e causar o aparecimento de grãos ardidos, com reflexos negativos na bebida.
Secagem com temperaturas muito elevadas causa perda de coloração e ressecamento dos grãos, deixando-os com cor desuniforme e quebradiços e deprecia também a qualidade da bebida. Mau manejo na secagem leva à obtenção de lotes desuniformes quanto à qualidade da bebida, teor de água e coloração de grãos.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

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