segunda-feira, junho 13, 2011

Limagrain adquire controle da Brasmilho

O Grupo Otávio Lage, que detém duas usinas de açúcar e álcool em Goiás, vendeu 85% de sua participação na produtora de sementes Brasmilho para a cooperativa francesa Limagrain. O negócio foi assinado na quinta-feira e incluiu o banco de germoplasma, a estrutura comercial e uma unidade de beneficiamento de sementes, também em Goiás. O valor da negociação não foi divulgado pelas companhias.
É a segunda empresa de sementes comprada neste ano pela Limagrain no Brasil. Em fevereiro, a cooperativa francesa entrou no país por meio da aquisição de 70% da Sementes Guerra, do Paraná, do ramo de híbridos de milho. A Brasmilho, que neste ano deve produzir 3 milhões de quilos de sementes de milho e sorgo, vem a complementar a estratégia do grupo francês, que buscava entrar com força também na região Centro-Oeste do país.







"Nosso atual 'market share' é de 1,5% no Brasil. Em dez anos, queremos avançar para 10%", diz Manoel Rubio, presidente da Limagrain para a América Latina - que comanda os negócios a partir do escritório na Argentina. Sem mencionar nomes, Rubio adianta que neste momento a empresa "olha" outro negócio de sementes de milho no país. "O foco é fortalecer nossa posição comercial e de pesquisa no Brasil", afirma Rubio.
Com faturamento de € 1,4 bilhão, a Limagrain é, hoje, a líder em sementes de milho da Europa e a quarta maior do mundo nesse segmento, atrás de gigantes como Monsanto e Syngenta.
Já o grupo Otávio Lage, que se mantém com 15% da Brasmilho, iniciou a readequação de seu portfólio há cerca de cinco anos. Em 2007, contratou o escritório FG Agro, de Ribeirão Preto, para ser seu assessor financeiro; em seguida, vendeu a Goiás Carnes para o frigorífico Independência, na época considerado um dos melhores negócios realizado no segmento.
Agora, com a venda do controle da Brasmilho - também assessorada pela FG Agro -, o grupo pretende focar no que elegeu como negócios principais: açúcar, etanol e energia, heveicultura (cultivo de seringueiras) e bovinocultura, atividade que deu origem à empresa, na década de 50. Rodrigo Penna de Siqueira, diretor do Otávio Lage, explica que atrair um sócio em sementes era fundamental, uma vez que esse segmento demanda elevados investimentos em pesquisa.
"A operação com a Brasmilho vai liberar recursos para continuarmos investindo em negócios nos quais temos mais escala e competitividade", diz Siqueira. Nesta safra, a empresa conclui os investimentos em sua segunda usina em Goiás, batizada de Otávio Lage e com produção de etanol e eletricidade a partir do bagaço de cana.
Juntamente com a unidade mais antiga do grupo, a Jalles Machado, também localizada em Goianésia, o grupo soma capacidade de processamento de 4,3 milhões de toneladas de cana por safra. Além de etanol e bioenergia, a Jalles Machado também produz açúcar. O grupo detém 51% dessa unidade e, os 49% restantes estão distribuídos entre agropecuaristas da região.
Outro negócio estratégico é o cultivo de seringueiras, atividade na qual o grupo já está no terceiro ciclo de expansão, explica Siqueira. "Começamos em 1989. Entre 2003 e 2009 já estávamos com 1 milhão de árvores. Agora estamos crescendo para 2,1 milhão de árvores", contabiliza.
A principal área era o plantio de 2,1 mil hectares em Goianésia e arredores. Agora, o novo projeto está sendo implantado em aproximadamente 1,8 mil hectares no Estado de Tocantins.

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