sexta-feira, novembro 26, 2010

Uso de defensivo por hectare recuou nas últimas décadas

“Uso de defensivo por hectare recuou nas últimas décadas
Ao longo das últimas décadas, a indústria de defensivos registrou uma evolução em seus produtos. Não apenas o volume das doses aplicadas sobre um hectare de lavoura ficou menor, como a toxicidade desses produtos diminuiu.
Valor Econômico
Ao longo das últimas décadas, a indústria de defensivos registrou uma evolução em seus produtos. Não apenas o volume das doses aplicadas sobre um hectare de lavoura ficou menor, como a toxicidade desses produtos diminuiu. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) mostram que, nos anos 60, o Brasil usava, em média, 2,1 quilos de herbicida por hectare. Nesse mesmo período, os produtores usavam, em média, 1,4 quilo de fungicida e 1,1 quilo de inseticida. Quarenta anos depois, o uso médio de herbicida caiu para 242 gramas, de fungicida, para 185 gramas e de inseticidas, para 69,75 gramas por hectare.
"No começo, o objetivo da indústria era criar um produto que fosse eficiente contra o maior número possível de pragas e tivesse o efeito residual o mais longo possível para diminuir o número de aplicações", diz José Roberto Da Ros, presidente do Sindag. Com o passar do tempo, a legislação dos países evoluiu e o mercado passou a exigir produtos mais especializados. "Dessa forma, o efeito do produto seria só sobre determinada praga, sem interferir no desenvolvimento de insetos, por exemplo, que não fazem mal à lavoura", diz.
As mudanças tiveram um custo para as indústrias. Da Ros conta que para se chegar a um novo produto, nos anos 60, eram necessárias 10 mil moléculas e até oito anos. Hoje, 200 mil moléculas e ao menos 10 anos de investimentos. "O consumidor ficou cada vez mais influente e fez com que as empresas passassem a ter como meta o desenvolvimento de produtos com mínimo impacto no ambiente e máxima produtividade das lavouras", diz Da Ros. (AI)
Apesar dos avanços da indústria, que coloca no mercado produtos que exigem menos volumes por hectare para o mesmo grau de eficiência, o mau uso dos agrotóxicos por parte dos produtores é um problema recorrente no Brasil. Em seu último levantamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) observou o uso indiscriminado desses produtos. De 3.130 amostras em frutas, verduras, legumes e grãos à venda para o consumidor, 29% apresentaram problemas, desde uso de defensivos não permitidos para a cultura ou sem registro no país até alto grau de resíduos de agrotóxicos no alimento. Pelo segundo ano, o pimentão teve o maior índice de irregularidades: 80% das amostras foram consideradas insatisfatórias. Em seguida estão uva, pepino e morango. Para o órgão, o resultado é bastante preocupante.”

Agradecemos ao nosso parceiro, amigo e colaborador Victor Hugo (consultor de vendas) que nos trouxe essa informação.

TOP 50 - Receitas de Sucesso



TOP 50 é um programa desenvolvido pela TV GAZETA e RADIO LIDER, onde selecionam as 50 melhores empresas existentes na cidade de Uberlândia – MG. E nós da CIA DA TERRA fomos selecionados entre essas. É com um enorme prazer que divulgamos mais uma de nossas conquistas.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Demanda chinesa compensa gargalos agrícolas do Brasil

Demanda chinesa compensa gargalos agrícolas do Brasil
19/11
Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A safra 2010/11 será de boa rentabilidade para a maioria dos agricultores brasileiros, com o apetite da China por produtos como soja e milho garantindo a manutenção das cotações das commodities em patamares elevados capazes de amenizar ineficiências de logística e infraestrutura do Brasil.

A avaliação é de José Roberto Mendonça de Barros, fundador da consultoria MB Associados, que atende as principais empresas do agronegócio do país, e foi feita num momento em que o mercado de commodities agrícolas especula sobre medidas da China para controlar a sua inflação de alimentos, que poderiam arrefecer os preços internacionais.

Para o economista, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, mesmo considerando a correção dos futuros da bolsa de Chicago nesta semana, a soja ainda é negociada acima de 12 dólares por bushel, um preço dos mais altos historicamente o recorde foi atingido em julho de 2008, acima de 16 dólares. E o principal motivo é a demanda atual.

"A grande mudança é a seguinte: o salário real na China do trabalhador da base da pirâmide está subindo 20 por cento este ano, e provavelmente vai continuar subindo nos próximos anos. É uma mudança do paradigma chinês de crescimento", declarou Mendonça de Barros, comentando o que considera o principal fator da sustentação das commodities agrícolas.

"Ora, quando tem milhões de pessoas que passam a ganhar 20 por cento a mais, a demanda de alimento sobe 30. Então a demanda chinesa o caso da soja é o mais óbvio de todos está explodindo, porque tem mais dinheiro na mão do consumidor final", acrescentou.

O comandante da MB Associados, com atuação no setor agrícola desde 1978, ressaltou que a "fúria" dos chineses por alimentos impediu que os preços da soja (principal produto do agronegócio do país) caíssem neste ano apesar de os três principais produtores (Estados Unidos, Brasil e Argentina) terem colhido safras recordes.

"Os chineses venderam estoques estratégicos de vários produtos e ainda assim a inflação de comida está acima de 10 por cento (ao ano)", disse.

A busca incessante da China nos mercados internacionais para alimentar sua população também incluirá importações de milho, outro fator que deverá sustentar os preços dos grãos neste ano, os chineses já importaram mais de 1 milhão de toneladas, um volume não registrado em mais de dez anos.

"Deve continuar no próximo ano, o fundamento de ampliação de demanda vai continuar... Os chineses vão importar milho, essa é uma mudança estrutural...", notou ele, indicando que nos próximos anos, considerando as restrições da China em termos de terras agricultáveis e disponibilidade de água, o país terá de importar também produtos prontos como as carnes, um mercado que o Brasil é dos mais competitivos.

A China passou a comprar frango do Brasil este ano antes o produto chegava ao país somente via Hong Kong. E o Brasil, que tem se consolidado no mercado global de milho, tem potencial de ser importante fornecedor do cereal aos chineses.

AMEAÇA CLIMÁTICA

Mendonça de Barros, que será um dos palestrantes do 10o Seminário de Planejamento Estratégico da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, no próximo sábado em São Paulo, salientou ainda que, dependendo das condições climáticas, os preços poderão subir ainda mais durante a temporada 2010/11, cujo plantio está se desenvolvendo.

"Pode ter preços fortes dos alimentos, parte estrutural, parte ainda pelas dificuldade para recompor os estoques que estão se reduzindo este ano... (Se tiver algum problema climático) vai ser difícil para a situação internacional e bom para o preço."

Essa situação, se preocupa do ponto de vista da inflação de alimentos, tem garantido bons resultados para o setor agropecuário do Brasil, que deve exportar um valor recorde em 2010.

E viabiliza as regiões do Brasil grandes produtoras como o Mato Grosso, que sofrem com altos custos logísticos, que por vezes chegam a "comer" 40 por cento da receita dos agricultores, disse ele, lembrando que apenas com preços nas alturas os produtores do Centro-Oeste brasileiro conseguem conviver com um câmbio que reduz os ganhos em real.

"A combinação do dólar fraco com transporte alto é que mata o Mato Grosso", declarou ele, alertando que, se as commodities mudarem de direção, como já aconteceu no passado, as margens do setor voltarão a se apertar num país com câmbio fraco, logística deficitária, tributos pesados e com alguns custos de produção em alta.

"Só estamos tendo um cenário positivo porque os preços estão pagando essas ineficiências", acrescentou.

terça-feira, novembro 09, 2010

O apetite voraz da China por soja vai superar as previsões

O apetite voraz da China por soja vai superar as previsões
FERNANDO MURARO JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA


Além da desvalorização do dólar, que tem contribuído decisivamente para a alta dos preços das commodities, a soja conta com um fator a mais para empurrar suas cotações para cima na Bolsa de Chicago: a China.
Estrela desse mercado já há alguns anos, o país asiático tornou-se o maior importador mundial do grão no início da década de 2000, quando tirou o posto da União Europeia.
Em dez anos, as compras da China multiplicaram-se por cinco, chegando a 50,5 milhões de toneladas na temporada 2009/10, o que equivale a 54% de toda a soja exportada no mundo, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
Para 2010/11, a expectativa do órgão é que a China importe 55 milhões de toneladas. Apenas nos EUA, as compras chinesas já estão 24% acima das feitas há um ano, quando as importações já corriam em ritmo recorde.
Mas, de onde vem todo esse apetite da China por soja?
A primeira explicação, claro, tem a ver com o crescimento do país, que trilhou, em apenas três décadas, a distância entre a pobreza e a posição de segunda economia do mundo.
Para alimentar a maior população do planeta -são 1,3 bilhão de habitantes, boa parte dos quais comendo mais e melhor a cada ano-, a China precisa alimentar também, com soja, o maior rebanho mundial somado de suínos, aves e bovinos. Os números falam por si: na década de 1960, o consumo per capita de carne dos chineses era de aproximadamente 8 quilos por ano -metade da média mundial. Nos últimos dez anos, o consumo cresceu para 47 quilos, contra 33 quilos no mundo.
A segunda explicação vem da incapacidade de aumento da produção local. Embora seja o quarto país do mundo em extensão territorial, na China a agricultura tem de disputar espaço com desertos, montanhas, clima desfavorável e um crescimento urbano explosivo.
Com isso, a área cultivada com soja, que se concentra no nordeste do país, é mais ou menos a mesma de há 40 anos.
O solo ruim e o manejo rudimentar que predomina nas áreas rurais (ainda muito distantes da pujança das cidades que viraram cartão postal da China potência) resultam em uma produtividade que corresponde a pouco mais da metade da obtida nos EUA, no Brasil e na Argentina.
A produção está estagnada em torno de 15 milhões de toneladas, muito pouco perto de um consumo estimado em quase 70 milhões de toneladas -oito vezes mais que há 40 anos.
Como a safra 2010/11, ao que tudo indica, pende mais para 14 milhões do que para 15 milhões de toneladas -e como o governo mantém a estratégia de aumentar os estoques, que triplicaram de 2008 para cá-, é bem possível que a importação desta temporada se aproxime mais dos 60 milhões de toneladas previstos pelo mercado do que dos 55 milhões estimados pelo Usda.
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FERNANDO MURARO JR. é engenheiro-agrônomo e analista de mercado da AgRural Commodities Agrícolas.

Internet: www.agrural.com.br

Acompanhamento da Soja

A alta do dólar e seu efeito de reduzir a atratividade de algumas commodities fizeram com que a soja recuasse ontem na bolsa de Chicago. Os futuros para janeiro fecharam a US$ 12,7475 o bushel, desvalorização de 9,25 centavos de dólar. Segundo a Bloomberg, o dólar teve um de seus maiores ganhos desde agosto diante de uma cesta formada por outras moedas. Além disso, o fato pode ter contribuído para uma "correção", já que em 5 de novembro a commodity subiu para o mais alto patamar desde setembro de 2008, puxada pela demanda da China. "O dólar forte foi o principal fator do movimento fraco de ontem", afirmou Chad Henderson, da Prime Agricultural Consultants. Em Sorriso (MT), a saca do grão ficou estável em R$ 42,60, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

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